Como receber seu cachorro em casa: guia completo para os primeiros dias

Você está prestes a receber um novo cachorro em casa. Pode ser um filhote cheio de energia ou um cão adulto que merece uma segunda chance. Seja qual for o caso, esse momento marca o início de uma história que pode durar anos. E como toda boa história, ela precisa de um começo bem planejado.

Nos primeiros dias, tudo é novidade para ele: o cheiro da sua casa, o barulho da geladeira, a textura do piso, a luz que entra pela janela. É como se você acordasse amanhã em outro país, sem entender o idioma, sem saber onde fica o banheiro ou quando vai comer. Por isso, sua postura nesse período faz toda a diferença entre uma adaptação tranquila e semanas de estresse para ambos.

Por que os primeiros dias são tão importantes

Existe um conceito em comportamento animal chamado “período sensível”. Nos filhotes, isso acontece principalmente entre 3 e 14 semanas de vida, quando o cérebro está mais receptivo a aprender sobre o ambiente. Mas mesmo cães adultos passam por uma fase crítica de adaptação nos primeiros 7 a 10 dias em um novo lar.

O que acontece nesse período não fica só na memória do cachorro. Fica no corpo dele também. Estudos mostram que situações de estresse intenso nos primeiros dias podem elevar os níveis de cortisol por semanas, afetando o sistema imunológico e até a capacidade de aprendizado. Por outro lado, uma chegada acolhedora estabelece uma base de confiança que facilita tudo depois: o treino, a socialização, até a saúde física.

Preparando o espaço antes da chegada

Antes de buscar seu novo companheiro, vale dedicar algumas horas para organizar a casa. Não precisa transformar tudo em um pet shop, mas alguns ajustes simples fazem diferença.

Crie uma “base segura”

Escolha um cômodo ou canto da casa que será o território inicial dele. Pode ser um pedaço da sala, a área de serviço ou até seu quarto. O importante é que seja um espaço delimitado, sem muitos estímulos de uma vez.

Ali, deixe preparados:

  • Uma cama ou caminha confortável (pode ser até uma caixa de papelão forrada com cobertores no início)
  • Potes de água e comida
  • Um ou dois brinquedos simples, de preferência que não tenham partes pequenas
  • Se for filhote, um tapete higiênico ou jornal

A Royal Canin recomenda que esse espaço inicial esteja pronto antes mesmo da chegada, para que você não precise correr atrás depois enquanto o cachorro já está explorando tudo.

Segurança em primeiro lugar

Faça uma inspeção pela casa com olhar de detetive. Fios elétricos expostos? Coloque protetores ou esconda. Plantas tóxicas como comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge ou lírio? Tire do alcance. Produtos de limpeza embaixo da pia? Tranque ou mude de lugar.

Filhotes especialmente vão colocar tudo na boca. É a forma deles de conhecer o mundo. Então objetos pequenos como moedas, tampas de caneta, elásticos de cabelo e até pedras decorativas precisam sair da rota. Um veterinário me contou uma vez sobre um filhote que engoliu uma peça de Lego. Foram três dias de internação. Melhor prevenir.

O primeiro encontro: menos é mais

Quando chegar o dia de trazer o cachorro para casa, resista à tentação de fazer uma festa. Sei que é difícil. Você vai querer chamar a família inteira, tirar milhões de fotos, postar nos stories. Mas para ele, isso é tudo menos festa.

Imagine que você acabou de sair de um ambiente silencioso e, de repente, está em uma festa junina. Luzes, barulho, gente desconhecida te pegando no colo. Estressante, certo? Com o cachorro é a mesma coisa.

A Pedigree sugere que as primeiras horas sejam calmas. Deixe ele explorar a casa no próprio ritmo. Se ele quiser cheirar o sofá por cinco minutos, deixe. Se preferir ficar quieto na caminha, respeite. Você terá meses e anos para fazer festas. Agora, ele só precisa entender que está seguro.

Alimentação: o que você precisa saber desde o primeiro dia

Comida é um assunto sério quando falamos de adaptação. O sistema digestivo do cachorro é mais sensível do que o nosso, e mudanças bruscas podem causar desde um desconforto leve até diarreia intensa.

Mantenha a dieta anterior (pelo menos no início)

Se você adotou de um abrigo, comprou de um criador ou ganhou de alguém, pergunte: o que ele está comendo? Idealmente, você deveria conseguir um pouco da ração atual para fazer uma transição gradual ao longo de 7 a 10 dias.

Isso significa misturar a ração antiga com a nova, aumentando progressivamente a proporção da nova. Por exemplo:

  • Dias 1-3: 75% ração antiga, 25% ração nova
  • Dias 4-6: 50% de cada
  • Dias 7-9: 25% ração antiga, 75% ração nova
  • Dia 10 em diante: 100% ração nova

Se não for possível conseguir a ração antiga, escolha uma ração de qualidade apropriada para a idade e porte do cachorro, e observe bem as fezes nos primeiros dias. Qualquer alteração significativa, converse com o veterinário.

Post Relacionado: Melhor ração para cachorro filhote [Guia completo]

Quantidade e horários importam

Filhotes precisam comer mais vezes ao dia do que adultos. Geralmente, a recomendação é:

  • 2 a 4 meses: 4 refeições por dia
  • 4 a 6 meses: 3 refeições por dia
  • 6 meses em diante: 2 refeições por dia

A quantidade varia conforme o peso, raça e nível de atividade. A embalagem da ração traz uma tabela, mas trate como ponto de partida, não como verdade absoluta. Alguns cachorros precisam de mais, outros de menos. O ideal é avaliar a condição corporal: você deve conseguir sentir as costelas dele sem pressionar muito, mas sem que elas fiquem aparentes demais.

Uma dica prática do site Fisioanimal: se o filhote não comer em uma refeição, não acumule a porção para a próxima. Deixe o pote disponível por 15 a 20 minutos. Se ele não comer, retire e ofereça novamente no próximo horário. Isso ajuda a criar uma rotina e evita que ele se torne seletivo.

Água fresca sempre disponível

Parece óbvio, mas vale reforçar: o pote de água precisa estar sempre limpo e cheio. Troque pelo menos duas vezes ao dia, mesmo que ainda tenha água. Filhotes, principalmente, se desidratam rápido.

O local da alimentação também importa. Escolha um canto tranquilo, longe da circulação intensa da casa. Cachorro não gosta de comer com gente passando pra lá e pra cá. Se você tem outros animais, alimente-os separadamente no início para evitar disputa por comida ou intimidação.

Saúde veterinária não pode esperar

Tem gente que acha que só precisa levar o cachorro no veterinário quando ele adoece. Erro clássico. Os primeiros dias são justamente o momento estratégico para estabelecer uma base de saúde sólida.

Agende a primeira consulta rápido

Idealmente, dentro de 48 a 72 horas após a chegada. Mesmo que o cachorro pareça saudável, essa consulta serve para:

  • Verificar o estado geral de saúde
  • Checar se há parasitas internos ou externos
  • Avaliar o calendário de vacinação
  • Tirar todas as suas dúvidas sobre alimentação, comportamento e cuidados específicos da raça

Se você adotou de abrigo ou da rua, essa consulta é ainda mais importante. Muitos cães resgatados vêm com verminoses, pulgas, carrapatos ou doenças que não são óbvias no primeiro olhar.

Vacinação: proteção que não pode faltar

O protocolo vacinal varia um pouco conforme a região e o histórico do animal, mas geralmente segue esta linha:

Para filhotes:

  • 6 a 8 semanas: primeira dose da polivalente (V8 ou V10)
  • 12 semanas: segunda dose da polivalente
  • 16 semanas: terceira dose da polivalente
  • 12 a 16 semanas: vacina antirrábica
  • Reforços anuais

A polivalente protege contra cinomose, parvovirose, hepatite, leptospirose e outras doenças graves. A antirrábica, além de proteger seu cachorro, é obrigatória por lei em todo o Brasil.

O Pet Care Hospital Veterinário enfatiza que o calendário vacinal não é negociável. Atrasar ou pular doses deixa seu cachorro vulnerável a doenças que podem ser fatais.

Vermífugos e antiparasitários

Filhotes costumam nascer com vermes transmitidos pela mãe. Por isso, a vermifugação geralmente começa cedo, às vezes já com 15 dias de vida. Se você está recebendo um filhote de dois meses, pergunte ao antigo tutor ou criador qual foi o histórico de vermifugação.

Para cães adultos adotados, o veterinário provavelmente vai recomendar vermifugar logo na primeira consulta e repetir após 15 dias. Depois, a frequência varia conforme o estilo de vida do cachorro, mas geralmente fica entre 3 a 6 meses.

Quanto a pulgas e carrapatos, existem várias opções: coleiras, pipetas (spot-on), comprimidos. Converse com o veterinário sobre qual faz mais sentido para o seu caso. Se você mora em região com muito mato ou tem outros animais, a prevenção precisa ser mais rigorosa.

Entendendo o comportamento nos primeiros dias

Comportamento é onde muita gente tropeça. É fácil focar em ração e vacina, mas entender o que se passa na cabeça do seu novo companheiro é o que realmente define se a adaptação vai ser suave ou complicada.

Por que ele chora À noite

Talvez o comportamento que mais pega tutores de surpresa seja o choro noturno. Você prepara tudo, deixa a caminha confortável, coloca água, brinquedo… e o filhote passa a noite toda chorando.

É frustrante, eu sei. Mas pense pelo lado dele: toda a vida dele até agora, ele dormiu junto com a mãe e os irmãos. Agora, de repente, está sozinho em um lugar estranho. É natural que ele se sinta inseguro.

A Pedigree sugere algumas estratégias:

  • Coloque a caminha dele no seu quarto nos primeiros dias. Só de sentir sua presença próxima, ele se acalma
  • Deixe uma peça de roupa sua perto dele, com seu cheiro
  • Use uma bolsa de água quente envolta em pano (imita o calor da mãe)
  • Considere deixar uma luz fraca acesa ou um som ambiente baixo

Evite pegar no colo toda vez que ele chorar. Isso pode criar um padrão: “quando eu choro, alguém vem”. Fique perto, converse com voz calma, mas não reforce o comportamento com colo ou atenção excessiva.

Socialização gradual e segura

Socialização não significa necessariamente sair apresentando seu cachorro para o mundo todo nos primeiros dias. Significa expô-lo gradualmente a estímulos diferentes de forma positiva.

Comece dentro de casa. Deixe ele conhecer cada cômodo, cada pessoa da família. Se você tem crianças, ensine-as a aproximar devagar, sem gritos ou movimentos bruscos. Crianças pequenas adoram apertar, abraçar forte, pegar no colo de jeito errado. Explique que o cachorro precisa de espaço e delicadeza.

Se já tiver outros animais, as apresentações devem ser ainda mais cuidadosas. O ideal é fazer encontros controlados, com coleira (se for cão grande), em terreno neutro se possível, e sempre supervisionado. Deixe eles se cheirarem, mas interrompa se perceber sinais de tensão: pelos eriçados, rosnados, corpo rígido.

Quanto a sair na rua, depende da vacinação. Filhotes que ainda não completaram o protocolo vacinal não devem ter contato com o chão de áreas públicas ou com cães de origem desconhecida. Você pode carregá-los no colo para se acostumarem com o ambiente externo, mas o chão só depois das vacinas em dia.

Primeiros treinos: xixi e cocô no lugar certo

Esse é um dos desafios que mais testam a paciência dos tutores. Ninguém gosta de acordar e pisar em um xixi gelado, mas é parte do processo.

A boa notícia é que cachorros são naturalmente higiênicos. Eles não gostam de sujar o próprio espaço. O problema é que, no início, a casa inteira não é “o espaço dele” ainda. É só um monte de lugar desconhecido.

O segredo está na rotina e na observação. Filhotes geralmente precisam fazer xixi:

  • Quando acordam
  • Após comer
  • Depois de brincar
  • A cada 2 a 3 horas (filhotes muito novos)

Então, nesses momentos, leve ele para o tapete higiênico ou para a área externa. Fique lá com ele, mesmo que demore. Quando ele fizer no lugar certo, comemore como se fosse a coisa mais incrível do mundo. Use uma palavra específica tipo “faz xixi” ou “banheiro” para ele associar o comando.

Se pegar no flagra fazendo no lugar errado, diga um “não” firme (não precisa gritar) e leve imediatamente para o lugar certo. Nunca esfregue o focinho dele no xixi. Isso só causa medo e confusão. Limpe o local errado com produtos que eliminam completamente o cheiro (vinagre branco ou produtos enzimáticos específicos), senão ele vai usar o cheiro como “marcador de banheiro”.

O site Fisioanimal reforça que consistência é tudo. Se você fura a rotina, o cachorro também vai furar. Se às vezes você elogia quando ele acerta e às vezes não, ele não entende o padrão.

Post Relacionado: Como Ensinar o Cachorro a Fazer Xixi no Lugar Certo

Descanso é parte do aprendizado

Tem uma coisa que muita gente não sabe: filhotes dormem entre 18 e 20 horas por dia. Isso mesmo. Pode parecer que ele só quer brincar e destruir tudo, mas na real, a maior parte do tempo ele deveria estar dormindo.

O problema é que, em um ambiente novo, cheio de estímulos, o filhote muitas vezes não consegue “desligar” sozinho. Ele fica superestimulado, cansado mas elétrico, e isso vira uma bola de neve: quanto mais cansado, mais agitado ele fica.

Você já viu criança pequena com sono, mas que não quer dormir? Fica irritada, chorona, hiperativa? Com filhote é parecido. Por isso, é seu papel criar momentos de descanso obrigatórios.

Após brincadeiras ou refeições, leve ele para o espaço de descanso, diminua os estímulos (luz mais baixa, sem barulho alto, sem gente transitando) e deixe ele lá. Pode ser que ele reclame nos primeiros minutos, mas logo vai pegar no sono.

A Royal Canin alerta que filhotes privados de descanso adequado podem desenvolver problemas de comportamento, ficando mais reativos, ansiosos ou até agressivos. O sono é quando o cérebro processa tudo que foi aprendido durante o dia.

Brinquedos certos fazem diferença

Brinquedo não é frescura. É ferramenta de trabalho. Um filhote com brinquedos adequados gasta energia de forma saudável, alivia o desconforto da dentição e aprende a interagir de forma apropriada.

Mas atenção: nem todo brinquedo é adequado. Evite:

  • Bichos de pelúcia com olhos ou partes que se soltam facilmente
  • Brinquedos muito pequenos que possam ser engolidos
  • Objetos muito duros que podem quebrar dentes
  • Qualquer coisa com enchimento que, se rasgado, pode ser ingerido

Priorize brinquedos de borracha resistente, mordedores específicos para filhotes, cordas grossas para puxar (sempre supervisionando) e brinquedos interativos que dispensam petiscos aos poucos.

Uma dica valiosa: não deixe todos os brinquedos disponíveis o tempo todo. Faça um rodízio. Deixe 2 ou 3 disponíveis e guarde os outros. A cada alguns dias, troque. Isso mantém a novidade e o interesse.

Post Relacionado: Os 10 Melhores Brinquedos para Cachorro: Guia Completo para Diversão e Saúde

O que fazer quando algo dá errado

Mesmo seguindo todas as dicas, imprevistos acontecem. Vamos falar de alguns problemas comuns e como lidar.

Ele não está comendo

Se o cachorro recusar uma ou duas refeições, mas está ativo e brincalhão, pode ser apenas ansiedade da mudança. Mantenha a rotina e ofereça a próxima refeição normalmente.

Agora, se ele recusar três ou mais refeições seguidas, especialmente se vier acompanhado de apatia, vômito ou diarreia, é veterinário na hora.

Diarreia nos primeiros dias

Diarreia leve pode acontecer pelo estresse da mudança ou por alguma coisa que ele comeu. Se for leve e passar em 24 horas, provavelmente não é grave.

Mas fique atento se a diarreia for:

  • Muito líquida ou com sangue
  • Com odor muito forte ou incomum
  • Acompanhada de vômito
  • Acompanhada de apatia ou febre

Nesses casos, não espere. Filhotes se desidratam muito rápido.

Puppy

Mordidas e destruição

Filhote morde. Isso é fato. A questão é ensinar o que pode e o que não pode morder.

Quando ele morder sua mão durante a brincadeira, diga “ai” em tom alto (imita o som que um irmãozinho dele faria) e interrompa a brincadeira imediatamente. Vire de costas, ignore por alguns segundos. Depois, redirecione para um brinquedo apropriado.

O site Petzilla alerta que muitos tutores, sem querer, reforçam o comportamento de morder ao dar atenção (mesmo que negativa) quando o filhote morde. Consistência aqui é fundamental.

🐾 Kit de boas-vindas: produtos que facilitam os primeiros dias

Prepare-se para receber seu novo amigo com conforto, segurança e praticidade. Confira abaixo alguns itens essenciais — todos com excelente avaliação e disponíveis nas principais lojas online.

1️⃣ Sanitário Pipidollys Baby Cães Filhotes

Ideal para ensinar o local certo de fazer as necessidades. Facilita a limpeza e ajuda na rotina de higiene.

🔗 Ver na Amazon

2️⃣ Cama Pacco Puppy Impermeável Ninho Ecotec Lisa

Caminha confortável e resistente, perfeita para proporcionar um sono tranquilo e sensação de segurança.

🔗 Ver na Petlove

3️⃣ Ração Dog Junior Brazil para Filhotes 25kg

Ração com fórmula balanceada para filhotes, garantindo desenvolvimento saudável e energia.

🔗 Ver no Mercado Livre

4️⃣ Guia Mãos Livres Guma Dog Trip Brasil

Excelente opção para treinar o filhote a andar em passeios curtos com conforto e segurança.

🔗 Ver na Petlove

5️⃣ Bolsa para Cachorro Sling Mr. Puppy

Ideal para transportar o filhote com segurança e conforto nos primeiros passeios e idas ao veterinário.

🔗 Ver na Mr. Puppy

Construindo o vínculo que vai durar anos

No final das contas, todas as dicas práticas do mundo não substituem algo fundamental: presença. O vínculo entre você e seu cachorro não se constrói com produtos caros ou técnicas mirabolantes. Se constrói com tempo, paciência e consistência.

Nos primeiros dias, tente estar presente o máximo possível. Se você trabalha fora, considere tirar alguns dias de folga ou pelo menos organizar a chegada para um fim de semana prolongado. Esses primeiros momentos juntos criam memórias e padrões que vão durar toda a vida do animal.

Fale com ele. Sei que parece bobagem falar com alguém que não entende suas palavras, mas o tom de voz importa muito. Cachorros são mestres em ler linguagem corporal e entonação. Uma voz calma e amigável transmite segurança.

Respeite o tempo dele. Alguns cachorros são extrovertidos desde o primeiro dia. Outros são mais tímidos e precisam de dias ou até semanas para se soltarem completamente. Não force interação. Deixe ele vir até você quando estiver pronto.

Checklist: seus primeiros 7 dias juntos

Para fechar com organização, aqui vai um checklist prático do que fazer na primeira semana:

Antes da chegada:

  • Preparar espaço delimitado com cama, água, comida e brinquedos
  • Fazer inspeção de segurança na casa (fios, objetos pequenos, plantas tóxicas)
  • Comprar ração (de preferência a mesma que ele já comia)
  • Escolher veterinário e ter o contato salvo
  • Comprar tapete higiênico ou preparar área externa para banheiro

Dia 1:

  • Chegada calma, sem festa ou muitas visitas
  • Apresentação gradual ao espaço delimitado
  • Primeira refeição no novo lar
  • Estabelecer onde será o local do banheiro
  • Muito descanso e pouca estimulação

Dias 2-3:

  • Agendar consulta veterinária (se ainda não agendou)
  • Começar a expandir gradualmente o território dele na casa
  • Manter rotina de alimentação consistente
  • Iniciar treino básico de banheiro com reforço positivo
  • Observar comportamento e sinais de estresse

Dias 4-7:

  • Consulta veterinária (avaliação geral, vacinação, vermifugação)
  • Introdução a diferentes cômodos da casa
  • Se tiver outros pets, primeiras interações supervisionadas
  • Começar a estabelecer rotina de brincadeiras e descanso
  • Primeiras sessões curtas de socialização com pessoas da casa

Semana 2 em diante:

  • Ampliar socialização gradualmente
  • Começar treinos básicos simples (sentar, vir quando chamado)
  • Se vacinas estiverem em dia, primeiros passeios externos
  • Ajustar rotina conforme você conhece melhor o cachorro
  • Manter consultas veterinárias conforme calendário

O que vem depois dessa fase inicial

Depois que passar a primeira ou segunda semana, você vai perceber que a tensão diminui. O cachorro já conhece a rotina, entende onde comer, dormir e fazer as necessidades. Você já pegou o jeito dele, sabe os horários em que fica mais agitado ou mais calmo.

Esse é o momento de começar a ampliar os horizontes. Apresentar a outros ambientes, iniciar treinos mais estruturados, explorar o mundo além dos muros de casa (sempre respeitando a vacinação).

Mas lembre-se: ele ainda é um filhote, ou um adulto em adaptação. Não tenha pressa. Muitos problemas de comportamento surgem porque tutores querem acelerar processos que precisam de tempo. Um cachorro bem adaptado é construído aos poucos, tijolo por tijolo, experiência por experiência.

Algumas palavras finais

Receber um cachorro em casa é uma das experiências mais gratificantes que existem. É ver um ser vivo confiar em você, depender de você, escolher você como parte da matilha dele. Mas isso vem com responsabilidade.

Os primeiros dias não são apenas sobre sobrevivência. São sobre estabelecer as fundações de uma relação que pode durar 10, 15 anos ou mais. Cada decisão que você toma agora ecoa no futuro. Cada momento de paciência, cada interação positiva, cada vez que você escolhe entender em vez de brigar, tudo isso molda quem esse cachorro vai ser.

Então, respire fundo. Não precisa ser perfeito. Você vai errar às vezes, e tudo bem. O importante é estar presente, ser consistente e sempre, sempre agir com amor e respeito.

Seu novo amigo está chegando. E vocês têm uma história incrível para construir juntos. Aproveite cada momento, cada lambida babuenta, cada confusão com xixi no lugar errado, cada noite acordado com choro de filhote. Porque quando você olhar para trás, daqui alguns anos, vai perceber que esses foram alguns dos dias mais especiais da vida de vocês dois.

Bem-vindo à família peluda. Que seja uma jornada longa, feliz e cheia de rabos abanando.

Post Relacionado: E-book Adestramento

Deixe um comentário